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Thanasi Kokkinakis: «Lutei contra mim próprio e obriguei-me a não atirar a toalha ao chão e desistir»
Há não muito tempo, Thanasi Kokkinakis era considerado uma jovem promessa lado a lado com o seu compatriota Nick Kyrgios. No entanto, o que parecia ser o início de uma carreira brilhante tem, para já, sido marcado por sucessivas lesões que o impedem de expressar em court todo o potencial que se acredita ter. Nos últimos meses, o único torneio competitivo de singulares em que o jovem participou, acabou por ser os Jogos Olímpicos do Rio, onde foi eliminado pelo português Gastão Elias.
É numa longa entrevista ao Sports360 que Kokkinakis revela todos os momentos pelos quais passou ao longo dos últimos anos e que projetos tem para o futuro. Ele que se prepara para regressar no Masters Madrid.
“Tinha que começar sempre de novo, porque me lesionava noutra parte do meu corpo”
“Tenho um nível físico que há muito não tinha. Não joguei encontros em cinco sets, mas estou a treinar bem e voltei a confiar no meu corpo e saber que tenho necessidade de cuidá-lo”, começa por dizer o australiano antes de abordar o que mais lhe custou ao longo destes meses. “O meu médico disse-me que estaria fora quatro meses, mas depois foram-me dizendo ‘mais dois meses’ e depois mais dois e por aí fora. Tinha que começar sempre de novo, porque me lesionava noutra parte do meu corpo”.
Kokkinakis inicialmente parou devido a uma operação ao ombro e a problemas musculares no abdómen. Depois, quando parecia apto a regressar, sofreu uma pubalgia aguda. Apesar de tudo, ainda conquistou o torneio de pares em Brisbane, no início do ano, ao lado de Jordan Thompson.
“Para mim o mais importante era ir cumprindo objetivos”
A juntar a todas estas questões físicas, o australiano admite agora que teve também que enfrentar alguns problemas de ordem psicológica. “Lutei contra mim próprio e obriguei-me a não atirar a toalha ao chão e desistir. Para mim o mais importante era ir cumprindo objetivos. Bater a direita, depois a esquerda, treinar o volley noutro dia e depois praticar o serviço. Isso dava-me confiança para seguir e livrar-me dos pensamentos negativos”, conta.
“Houve alguns momentos nos quais posso assegurar que estive deprimido. Tinha estado toda a minha em movimento, cumprindo objetivos, a minha primeira viagem transoceânica foi aos 12 ano, sempre para jogar ténis. Quando não podes desempenhar o teu trabalho é estranho”, complementa Kokkinakis.
“Os grandes jogadores são tão bons que podem voltar, mesmo não estando na melhor forma, e ganhar a qualquer um”
Contudo, o jovem australiano não tem muita pressa para regressar, pois deseja fazê-lo ao melhor nível possível. “Estou a tentar ser mais organizado, tanto dentro como fora dos courts e tenho claro que quando voltar há de ser em plenas condições para competir com os melhores”. E entre eles está Roger Federer, com quem esteve a treinar durante as últimas semanas no Dubai. “É uma inspiração para mim, mostrou-me que está sempre a trabalhar para melhorar e tenta pancadas que um jogador normal não se atreveria a fazer”.
Palavras elogiosas também para Rafael Nadal. “Não sei se me surpreende o seu regresso. Estes jogadores são tão bons que podem voltar, mesmo não estando na melhor forma, e ganhar a qualquer um”, refere Kokkinakis que, de seguida, fala do seu amigo Kyrgios. “Está a jogar muito bem e, ainda que considere difícil ganhar um Grand Slam, acredito que pode tentá-lo”.
Por fim, Kokkinakis confirma que, apesar de ter a possibilidade de participar em Roland Garros devido ao ranking protegido (o australiano é o número 69), poderá não o fazer. Tudo dependerá das sensações que for tendo em Madrid, torneio no qual espera um wild-card da organização.
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