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Como preparam os jogadores a temporada de terra batida?
Com a temporada de terra batida a aproximar-se, a preparação para a mudança de superfície começa a entrar no quotidiano dos jogadores de topo. Um artigo de Leigh Rogers, publicado na edição de março da Australian Tennis Magazine aborda essa questão, explicando que tipo de alterações no treino e na mentalidade são chave para o sucesso no pó-de-tijolo.
Movimentação é essencial
Não é raro vermos tenistas a deslizarem nesta superfície. Isso acontece porque a constante movimentação dos jogadores ao longo do court não é fácil em terra batida. Leigh Rogers explica. “A chave do sucesso é ser capaz de deslizar e ao mesmo tempo manter o equilíbrio para reagir rapidamente à pancada seguinte. Ter uma boa estrutura corporal e força nas pernas é vital”. De facto, estar pronto para a reação do adversário é especialmente importante no pó-de-tijolo, uma vez que os pontos tendem a prolongar-se com várias trocas de bolas.
O efeito do spin
A superfície arenosa da terra batida faz com que a bola bata mais forte no court, aumentando o efeito do spin. Assim, o ressalto de bola é maior do que seria em hard court. Leigh Rogers apresenta o exemplo da australiana Sam Stosur, finalista em Roland Garros no ano de 2010. “O serviço em kick dela (Sam Stosur) é a ilustração perfeita do efeito que a bola ganha ao bater nesta superfície”.
A própria australiana explica o que procura com uma das suas principais armas de jogo. “Isso (serviço em kick) permite-me abrir o court para de seguida bater rápido para o lado oposto e fazer correr as minhas adversárias”.
A mudança da posição no court
Como a bola tem um ressalto maior em terra batida, os jogadores tendem a jogar mais para lá da linha de fundo para terem mais tempo para preparar a sua pancada, batendo na bola abaixo da altura dos ombros. Daí que os courts com este tipo de superfícies sejam considerados mais lentos que outros.
“Os jogadores são a obrigados a manter a concentração por mais tempo”
“Isto obriga a um esforço físico e mental superior para os jogadores, forçando-os a jogar pontos mais demorados e concentrarem-se por um período de tempo mais longo”, refere Rogers, apresentando depois o caso de Andy Murray, um exemplo de um tenista que, com o tempo, foi começando a jogar melhor em terra batida, precisamente porque foi aprendendo a gerir o seu desgaste físico e emocional.
“É muito fácil apressar as coisas e começar a cometer erros em terra batida. O último ano foi o meu melhor nesta superfície porque penso que fui trabalhando para melhorar a pouco e pouco, agora até gosto de jogar aqui”, adiantou o número 1 mundial. “Eu agora já não entro na temporada de terra batida a pensar que vou cometer erros ou ter dificuldade de movimentação no court”.
Fazer a transição
Rogers apresenta o depoimento de Thanasi Kokkinakis para mostrar o quão importante é mudar o chip na mudança de superfície. “Na terra batida tentamos prolongar os pontos, funciona melhor construir os pontos com calma do que forçar em um ou duas pancadas”, refere o jovem australiano.
“Precisamos de ser pacientes e esperar pela bola certa”
“Tudo muda. A duração dos pontos, o spin na bola, a maior altura de ressalto. Precisamos de ser pacientes e esperar pela bola certa porque não vamos ter aqueles pontos de borla, especialmente contra grandes jogadores”, conclui Kokkinakis.
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