Nick Kyrgios: o “lança-mísseis” da nova geração

Por admin - Março 18, 2015

Foi no dia 1 de julho de 2014 que nasceu mais uma estrela no circuito profissional masculino. A participar pela primeira no quadro principal de Wimbledon, Nick Kyrgios, com 19 anos, conseguia a maior vitória da sua vida, frente a Rafael Nadal, ao arremessar um total de 37 ases, mostrando ao mundo aquilo de que o seu serviço-canhão é capaz. O jovem australiano já tem grandes perspectivas para a sua carreira e espera figurar um dia no trono da classificação mundial. John McEnroe já o comparou a Boris Becker.

Nascido a 27 de Abril de 1995, em Camberra, capital da Austrália, foi logo aos seis anos de idade que Nicholas Hilmy Kyrgios começou a bater as primeiras bolas com o seu irmão mais velho, Christos. Filho de pai greco-australiano e de mãe malaia, Nick desde cedo se destacou no ténis e foi mesmo número um mundial no circuito de juniores, tendo vencido o título do Open da Austrália, em 2013, e ainda as edições de pares de Wimbledon e Roland Garros, na mesma temporada. Mas porquê o ténis?

PJGA6gR

Com quatro anos de idade. Segundo a sua mãe, Nill, Kyrgios não gostava muito de correr (Foto: Nill Kyrgios)

 

– O ténis em detrimento do basquetebol –

Apesar do estrelato no circuito junior, aquele torneio de Wimbledon marcou o momento em que Nick Kyrgios se afirmou no circuito ‘dos grandes’. Aquele foi o dia em que jovem australiano derrotou um dos seus ídolos de infância, Rafael Nadal, para além de mostrar também admiração por Roger Federer, LeBron James e Michael Jordan.

Mas a admiração por dois dos maiores astros do basquetebol não surgiu do nada. Durante a sua infância, Kyrgios apresentava também sinais de uma carreira promissora de triplos e afundanços, até que, aos 14 anos, o fã dos Boston Celtics teve de escolher. E escolheu o ténis. Escolheu bem, pois dois anos mais tarde ser-lhe-ia atribuída uma bolsa completa para estudar no Instituto de Desporto da Austrália, onde o mais velho de três irmãos poderia desenvolver as suas capacidades no mundo das bolas amarelas.

RV0QC5B

Nick não perde uma oportunidade de jogar basquetebol com o seu irmão, Christos. (Fotos: The Canberra Times)

– E fez-se história. Outra vez. –

O acordo mútuo entre a Tennis Australia e a Fédération Française de Tennis permitiu a Nick Kyrgios disputar o quadro principal de Wimbledon com recurso a um wildcard, e foi desde cedo que o jovem começou a fazer estragos. Depois de eliminar um jogador local em cinco partidas, foram nove os match points salvos contra Richard Gasquet na segunda ronda – o maior número de match points salvos em Wimbledon durante a Era Open.

Levar a melhor sobre Jiri Vesely foi algo que só lhe tomou quatro partidas, antes de chegar o grande encontro, o encontro frente a um dos seus ídolos: Rafael Nadal. Sem medo nenhum e recheado de determinação, Kyrgios tornou-se no primeiro jogador fora do top-100 a eliminar um número um mundial num torneio do Grand Slam desde 1992. O último jogador a fazê-lo foi Andrei Olhovskiy (193.º ATP) diante de Jim Courier, precisamente na relva do All England Club.

Em 2014, e até chegar ao terceiro Grand Slam da temporada, Kyrgios tinha vencido três torneios Challenger e disputado a segunda ronda do Open da Austrália e a primeira em Roland Garros. Este ano, Kyrgios voltou a surpreender num Grand Slams e disputou os quartos-de-final do Open da Austrália, perdendo apenas para Andy Murray.

– Vitória contra Rafael Nadal: uma das melhores, mas não a melhor –

Logo após a vitória diante do maiorquino, Kyrgios não teve dúvidas em colocá-la acima de todas as outras: “esta é obviamente a melhor vitória da minha carreira e algo de que nunca me vou esquecer. Funciona como uma injecção de confiança e não importa contra quem vou jogar a seguir, pois ter esta vitória nos meus registos é algo incrível”.

Contudo, a verdade é que, no final de janeiro, o atual número 37 do mundo disse ter mudado de ideias, já que diz ter conseguido a sua melhor vitória até ao momento no Open da Austrália, quando derrotou Andreas Seppi numa quinta partida rumo ao confronto com Andy Murray. “Esta soube melhor porque havia muita expectativa”, disse Kyrgios.

– John McEnroe comparou-o até a… Boris Becker –

Quem não tem dúvidas sobre a grandeza desta pequena grande estrela é John McEnroe. Logo após a conclusão do encontro em Wimbledon, o norte-americano assegura que assistiu ao nascimento de mais uma grande carreira no circuito masculino: “continuávamos a perguntar ‘quem será a próxima estrela?’, e acho que a encontrámos. Já ouvia falar dele há anos mas tinha-o visto jogar poucas vezes, e aquilo foi absolutamente brilhante”.

“Eu conseguia ver que ele tinha um pressentimento de que iria vencer o encontro, e a última pessoa que eu tinha visto assim, sem medo, tinha sido o Boris Becker”, concluiu McEnroe.

– O jogo de Nick Kyrgios –

Apesar de ter um serviço capaz de meter respeito a qualquer um, Nick Kyrgios é capaz de tudo.

Direita:

 

Esquerda:

 

Volley (com uma pitada de classe):

 

E até…isto:

– Sim, ele também vem ao Estoril –

Se a lista de cabeças-de-série do Millennium Estoril Open ficasse definida hoje, Nick Kyrgios, que vai ficar as próximas duas a quatro semanas ausente dos courts devido a lesão, não estaria entre os oito contemplados. Isto colocaria-o possivelmente em rota de colisão com nomes como Feliciano Lopez, Richard Gasquet, João Sousa ou até mesmo Borna Coric logo na primeira ronda.

Esta é uma das muitas estrelas que vem jogar ao Clube de Ténis do Jamor entre os dias 25 de abril e 3 de maio – soprando até as velas do 20.º aniversário no dia 27! Consulta a lista completa de inscritos.