Taça Davis. Jornada épica define quartos-de-final de sonho
Muito se fala sobre a pertinência do formato da Taça Davis e sobre se continua a fazer sentido ser disputada da forma como é, mas a jornada deste domingo voltou a trazer aos courts de países um pouco por todo o Mundo emoções que só a maior prova de seleções de ténis pode oferecer. Encontros épicos, maratonas intermináveis, heróis improváveis e o definir de um elenco de luxo para os quartos-de-final, que se disputam em julho.
Grã Bretanha-Japão, 3-1 (Birmingham, piso rápido coberto)
A Barclaycard Arena, em Birmingham, recebeu este domingo o encontro mais aguardado de toda a primeira ronda da Taça Davis e… todas as expetativas foram correspondidas. Os britânicos entraram para o último dia a vencer por 2-1, mas Kei Nishikori, número seis mundial, obrigado a ganhar para manter os nipónicos vivos, mostrou a razão pela qual é um dos melhores jogadores do Mundo, levando Andy Murray, invicto na Taça Davis nos últimos 14 encontros, aos limites.
Murray, que até esteve com break abaixo no quinto set após vencer os dois primeiros, impôs-se por 7-5, 7-6(6), 3-6, 4-6 e 6-3, em 4h55, num encontro de contornos épicos, que entrará quase decerto para a lista de melhores da temporada.
Sérvia-Cazaquistão, 3-2 (Belgrado, piso rápido coberto)
Em Belgrado, Novak Djokovic entrou em court obrigado a vencer o quarto encontro para manter o seu país vivo na prova, mas teve de sofrer durante mais de cinco horas para levar de vencido Mikhail Kukushkin, por 6-7(6), 7-6(3), 4-6, 6-3 e 6-2, num encontro em que o incontestável número um mundial voltou a apresentar-se muito abaixo do nível a que jogou ao longo dos últimos 12 meses.
Viktor Troicki, que havia perdido o seu encontro no primeiro dia de eliminatória, acabou por se tornar no herói final, à semelhança do que acontecera na final da prova em 2010, diante da França, ao bater Aleksandr Nedovyesov no quinto e decisivo encontro, por 6-2, 6-3 e 6-4.
Itália-Suíça, 5-0 (Pesaro, terra batida coberta)
Com a eliminatória resolvida, os italianos arrumaram a questão de forma perfeita, com um triunfo por 5-0. O confronto ficou praticamente decidido após o primeiro encontro, quando Marco Chidinelli perdeu com Paolo Lorenzi, num encontro em que serviu para fechar. Sem Federer e Wawrinka, os helvéticos, campeões de 2014, não são sequer equipa de Grupo Mundial.
Polónia-Argentina, 2-3 (Gdansk, piso rápido coberto)
Sem Jerzy Janowicz, a Polónia não apresentou grandes argumentos diante de uma Argentina muito mais forte… mesmo num court tão rápido que até mereceu uma queixa oficial da formação alvi-celeste à ITF. Os polacos ainda adiaram a decisão para o último dia, ao vencerem o par de sábado, mas Leonardo Mayer arrumou a questão este domingo, ao bater Michal Przysiezny, por duros 6-7(4), 7-6(4), 6-3 e 6-2.
França-Canadá, 5-0 (Guadalupe, terra batida)
Em Guadalupe realizou-se um duelo que perdeu quase todo o interesse quando Milos Raonic e Daniel Nestor anunciaram a sua desistência na semana passada. O que passou em court confirmou o total domínio da França, que volta a ser uma das maiores candidatas ao título.
Alemanha-Rep.Checa, 2-3 (Hannover, piso rápido coberto)
Em Hannover jogou-se uma das melhores eliminatórias da primeira ronda da Taça Davis. Tomas Berdych, que havia ganho dois pontos para os checos na sexta-feira e no sábado, sentiu uma forte dor na virilha e foi obrigado a desistir durante o encontro diante de Philipp Kohlschreiber – e virou dúvida para Indian Wells – e acabou por ser Lukas Rosol e assumir a responsabilidade de apurar os checos, atropelando o jovem Alexander Zverev, por 6-2, 6-3 e 6-1.
Austrália-Estados Unidos, 1-3 (Melbourne, relva)
Numa eliminatória marcada por toda a polémica que envolveu os (ex) amigos Nick Kyrgios e Bernard Tomic, o gigante John Isner assumiu a responsabilidade e fechou o triunfo norte-americano no domingo, ao bater precisamente Tomic em quatro sets, por 6-4, 6-4, 5-7 e 7-6(4). Os americanos não chegavam ao top 8 da prova há três anos.
Bélgica-Croácia, 2-3 (Liége, terra batida coberta)
Num fim-de-semana em que David Goffin voltou a estar a grande nível, derrotando esta domingo o croata Marin Cilic para manter a sua seleção viva, Borna Coric esteve ao seu melhor nível para oferecer à sua seleção a qualificação para os quartos-de-final. O jovem de 19 anos foi forte demais para Kimmer Coppejans no quinto e decisivo encontro, impondo-se por 7-6(5), 6-2 e 6-2. Os finalistas de 2015 já estão… fora.