Severin Luthi: «Aos 36 anos, não se pode apostar em todos os objetivos»
O segredo para o incomparável sucesso de Roger Federer pode estar em coisas (aparentemente) tão simples como o equilíbrio. Abdicar do necessário para conquistar o impensável revela-se tarefa árdua para muitos, impossível para alguns, até, mas, aos 36 anos, o jogador suíço atingiu o ponto de equilíbrio entre competição e descanso.
Para Severin Luthi, treinador do campeão de 19 títulos do Grand Slam, os sete títulos conquistados, dois deles da categoria Grand Slam, e o regresso ao número dois do ranking, resultaram de um escolha feliz de prioridades.
“Ele precisa de trabalhar bem no court, mas sentir-se fresco é extremamente importante”, disse o técnico suíço ao Watson.ch. “Claro que ter começado bem [a época] ajudou. E, por fim, sem querer subestimar as suas conquistas, o Rafa [Nadal] e o Roger beneficiaram da má forma de outros jogadores”, admitiu Luthi.
Numa época em que praticamente tudo correu de feição, ficou a faltar fechar o ano como número um mundial. “Queremos sempre ser número um, ainda mais aos 36 anos, mas não se pode perseguir todos os objetivos. O mais importante é ter equilíbrio: ele precisa de ter pausas e torneios em quantidades suficientes”.
Luthi exemplifica com o torneio do Dubai, onde Federer perdeu para Evgeny Donskoy depois de ter beneficiado de match point. “Se ele tivesse vencido lá, não estaria tão fresco em Miami e Indian Wells”, relembra o treinador de 41 anos, admitindo que o facto de ter saltado a temporada de terra batida é “mais um fator a considerar”, mas não necessariamente a repetir. “Não temos de fazer as mesmas coisas todos os anos”.