Serena: «Quase morri depois do nascimento da minha filha»
Pouco dada a queixumes, por estar, normalmente, demasiado focada em ultrapassar os obstáculos que se lhe atravessam num caminho nunca antes desbravado, Serena Williams anunciou o nascimento da sua filha, em outubro do ano passado, sem mencionar as complicações vividas no pós-parto.
Recentemente, em entrevista à CNN, a norte-americana de 36 anos abriu o jogo, admitindo ter corrido sérios riscos de vida depois da cesariana, tendo sido obrigada a passar por procedimentos cirúrgicos. Com a gravidez, Serena ficou impedida de tomar a medicação que tomava desde que sofreu uma embolia pulmonar, em 2010. Com o parto, o coágulo regressou.
“Quase morri depois do nascimento da minha filha”, começou por dizer, que ficou impedida de sair da cama nas seis semanas após o parto. “Por causa da tosse intensa, resultado da embolia, a cicatriz da cesariana abriu. Fiz nova cirurgia e os médicos encontraram um grande hematoma, um grande coágulo de sangue, no meu abdómen. Tive de voltar à sala de operações para impedir que o coágulo fosse para os meus pulmões”.
Serena garante ter estado nas melhores mãos, mas diz-se consciente de que nem todas as mulheres têm a mesma sorte. “De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, as mulheres negras nos Estados Unidos têm três vezes mais probabilidade de morrer durante a gravidez ou por causas derivadas do parto”.
“Mas não é um problema exclusivo dos EUA. Há milhares de mulheres em todo o mundo a sofrer para dar à luz, sobretudo nos países mais pobres. Quando têm complicações como as que eu tive, muitas vezes não têm medicamentos, instalações e médicos para as salvar, precisando de percorrer grandes distâncias no auge da gravidez”, alertou.