Sam Sumyk fala sobre o circuito feminino: «Todas te querem dar um pontapé no rabo»
Com quatro derrotas nos últimos cinco encontros, e apenas sete vitórias em 17 encontros disputados neste ano, Geni Bouchard não está a passar neste momento por um boa fase e os comentários que recebe nas redes sociais são também uma prova disso. Sam Sumyk, o seu treinador, foi entrevistado pelo jornal L’Equipe e comentou o estado da sua pupila, prometendo melhorias para o futuro, e ainda ambiente vivido entre as jogadoras de topo.
Saltando diretamente da equipa de Victoria Azarenka para a de Genie Bouchard no início de fevereiro, Sam Sumyk é um treinador com experiência no circuito mundial mas está neste momento a passar um dos maiores desafios da sua carreira: levar uma jovem promessa de volta para o caminho das vitórias.
“Quando passas por um mau bocado podes ficar deprimido ou até mesmo prender um peso à perna e atirar-te da ponte”, comentou o técnico, “mas se tiveres caráter, e acho que a minha jogadora tem caráter, podes tentar remar contra a maré. Eu sei que ela está nessa direção”.
Sumyk continuou dizendo que, apesar do seu carisma, Bouchard “está a ser um pouco torturada neste momento. Ela é muito ambiciosa, e as pessoas perfecionistas tendem a ser torturadas“. Apesar das críticas que tem recebido sobre a sua alegada falta de dedicação, Sumyk responde que “o seu estilo de jogo é um qualidade e, apesar de não ser das mais poderosas, tem uma enorme capacidade de trabalho”.
O treinador confessou que o mundo das jogadoras de topo nos corredores do circuito feminino não é fácil, já que são todas vistas como alvos a abater
“Quanto tens bons resultados e sobes no ranking entras no clube das jogadoras mais odiadas do circuito, e quer isso dizer que todas te querem dar um pontapé no rabo. Tens de estar pronta para isso e normalmente passar por esse processo de aprendizagem”
“A Genie está a aprender enquanto já está nesse clube e isso é muito diferente, mas acho que ela tem tudo o que precisa para ultrapassar esta fase”, concluiu Sumyk, que diz não ter arrependimentos por se juntar a uma Bouchard que passa neste momento por uma crise de confiança: “cabe a mim guiá-la a ela, à equipa, e torná-la numa atleta. Ela está sempre à procura de novos conhecimentos”