Oliynykova: da fuga política ao top-100, a rebelde que vendeu a própria pele para financiar o sonho
A ucraniana Oleksandra Oliynykova entrou esta segunda-feira, pela primeira vez, no top 100 mundial. Este momento importante marca um novo capítulo na vida de uma jogadora cuja história ultrapassa largamente o ténis. A ucraniana de 24 anos, nascida em Kiev, cresceu num ambiente instável e acabou por abandonar o país ainda criança, depois de o pai criticar publicamente o então governo de Viktor Yanukovytch. A família procurou segurança na Croácia, onde Oliynykova viria a desenvolver a carreira.
Sem apoios federativos e com recursos limitados, tornou-se conhecida em 2021 por uma decisão tão ousada quanto polémica: vendeu, como NFT, os direitos vitalícios sobre uma área do seu braço direito, permitindo ao comprador escolher a tatuagem a exibir. O gesto, pensado para financiar a carreira, transformou-a num símbolo de criatividade e resistência.
Hoje, com o maior título da carreira conquistado este esta semana no México e a consequente entrada no top 100, Oliynykova afirma-se como uma das histórias mais improváveis do circuito. Combina agressividade em court com um percurso pessoal marcado por fuga, reinvenção e uma capacidade singular de encontrar soluções fora da caixa. A nova estrela ucraniana representa uma geração que transforma adversidade em identidade — e que não tem medo de romper regras para chegar ao topo.
Leia também:
- — Alcaraz rendido a Fonseca: «O que fez este ano é impressionante»
- — Tritália! Cobolli vence batalha e dá terceira Taça Davis seguida a Itália
- — Alcaraz: «Quero completar o Grand Slam de carreira na Austrália»
