Murray recorda parceria com Djokovic: «O Novak, tal como eu, é uma pessoa difícil de abordar»
Andy Murray esteve pouco mais de cinco meses como treinador de Novak Djokovic, ainda assim, apesar da curta experiência, o escocês recorda com alegria a mediática parceria.
Numa entrevista ao podcast The Tennis Podcast, o antigo número um mundial falou ao pormenor do tempo em que trabalhou com o sérvio, explicou o que falhou e admitiu que vai lembrar com carinho esse período da sua vida.
EXPERIÊNCIA PARA RECORDAR
Djokovic, tal como eu, é uma pessoa difícil de abordar. O seu ténis é extremamente exigente e eu aguardava isso com expectativa. Olhando para trás, foi realmente uma experiência incrível para mim. Infelizmente, a lesão aconteceu na Austrália, mas vi-o jogar um ténis incrível nesse torneio.
LESÃO TRAVOU BOM ARRANQUE
Depois da lesão, devem ter sido meses difíceis para ele, mas também para a equipa e para todos nós. Fiquei desiludido. Provavelmente não alcançámos os resultados que ele desejava, mas estou contente por ter aceitado o trabalho. Aprendi muito sobre a essência do treino. Quando te lanças de cabeça à água, descobres muito sobre ti próprio: os teus pontos fortes, fracos e os aspetos que precisas de trabalhar.
SURPREENDIDO COM CONVITE DE DJOKOVIC
Eu tinha uma viagem de esqui planeada antes de aceitar o trabalho e expliquei-lho. Mas às 23:00 estava sentado a ver vídeos dos seus jogos na Austrália, a editá-los e a enviá-los. Há muita coisa para fazer e é preciso garantir que tudo fica bem feito.
O QUE UM TREINADOR DEVE FAZER
Acredito que é importante que o treinador transmita boa energia. Não queremos que a equipa entre desanimada no dia de um jogo importante, mas também não demasiado nervosa, porque um jogador, na minha opinião, não precisa disso antes das meias-finais de um Grand Slam. É preciso transmitir energia e um pouco de confiança, para que o jogador sinta que acreditam nele. Tenho consciência da importância psicológica disso. Se voltar a treinar, tentarei fazê-lo ainda melhor.
VITÓRIA FRENTE A ALCARAZ EM MELBOURNE
Estava bastante claro para mim como devia jogar contra o Alcaraz. Mas há uma diferença entre ver uma estratégia e ir para o court executá-la como ele fez. Na minha opinião, há muito poucas pessoas no mundo capazes de fazer isso. Podes dar a um jogador que está no número 50 do ranking a melhor estratégia contra o Alcaraz, mas provavelmente ele perderá na mesma. E o Novak é tão bom que consegue executar a estratégia na perfeição, simplesmente porque tem uma qualidade enorme.
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