Murray faz 33 anos: a história do britânico que tocou o céu em Wimbledon
Andy Murray está de parabéns uma vez que completa, esta sexta-feira, 33 anos de idade. Nesse sentido e, como já vem sendo habitual, o Bola Amarela foi à procura daquilo que contribuiu para que o britânico fosse considerado um dos grandes nomes da modalidade.
Murray nasceu a 15 de maio de 1987 e, desde cedo percebeu que o bichinho da bola amarela estava bem presente na sua vida uma vez que começou a jogar ténis com apenas três anos de idade, em 1990 talvez influenciado pela mãe, Judy Murray que trabalha na área, sendo que o seu irmão Jamie Murray também é profissional de ténis e é um dos nomes mais conhecidos do circuito na variante de pares.
Na sua infância, Andy Murray cresceu a jogar ténis, mas via no futebol uma boa alternativa e, nesse sentido, chegou a ir fazer testes ao Glasgow Rangers, agora falido e renomeado Rangers FC. A paixão pelo desporto não se fica só pelo ténis e pelo futebol já que Andy Murray acompanha boxe e basquetebol e é um apoiante dos Miami Heat.
Ainda assim, o ténis sempre foi a modalidade dominante para Andy Murray que em 2005, com apenas 18 anos, tornou-se tenista profissional. O talento de Andy sempre foi muito vincado e o britânico precisou apenas de um no circuito para ter motivos para festejar: em 2006 Murray venceu o ATP de San José ao vencer o australiano Lleyton Hewitt na final pelos parciais de 2-6, 6-1 e 7-6.
No ano seguinte, Andy Murray provou que San José poderia ser talismã e voltou a ser feliz ao bater o croata Ivo Karlovic, em três sets, pelos parciais de 6-7, 6-4 e 7-6 na final para conquistar o seu segundo título na carreira. 2007 não acabaria sem que o menino prodígio Murray vencesse mais um título: o britânico venceu o ATP 250 de São Petersburgo ao vencer o espanhol Fernando Verdasco no encontro de todas as decisões.
A temporada de 2008 marcou a primeira grande época de Andy Murray que começava a aparecer nos grandes palcos numa altura em que Roger Federer, Rafa Nadal e Andy Roddick dominavam o ténis mundial. Com efeito, Murray venceu cinco títulos numa temporada que não podia ter começado de melhor forma: Murray venceu o ATP 250 de Doha logo em janeiro o que fez com que entrasse no top-10, foi feliz no ATP 250 de Marselha e, depois disso, venceu o seu primeiro Masters 1000 de carreira, em Madrid, ao ultrapassar o francês Gilles Simon por 6-4 e 7-6 e segundo Masteres 1000 não demoraria muito a chegar. Andy Murray venceu o Masters de Cincinnati poucos meses depois ao derrotar o sérvio Novak Djokovic, em duas partidas por 7-6(4) e 7-6(5). A nível de conquistas, o ano terminou com mais um título em São Petersburgo para o britânico somar oito títulos como profissional na variante singulares sendo que, no lado negativo, esteve a derrota na primeira final num Grand Slam, no US Open, diante do campeoníssimo suíço Roger Federer com um resultado de 6-2, 7-5 e 6-2.
E quando é que Andy Murray venceu o seu primeiro Grand Slam? Foi preciso esperar até ao ano de 2012 para que fosse possível ver o britânico conquistar um título desta categoria: depois de perder as finais do US Open de 2008 e do Australian Open em 2010 e 2011, 2012 marcou um ponto de viragem na ‘sorte’ de Murray nos encontros decisivos de um Grand Slam: depois de conquistar o ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, o britânico conquistou o primeiro título ‘major’ na final do US Open desse mesmo ano quando levou a melhor sobre o sérvio Novak Djokovic, que era campeão em título, numa final épica decidida em cinco sets com um resultado de 7-6 (10), 7-5, 2-6, 3-6, 6-2.
O britânico parece ter tomado o gosto pelas grandes conquistas e só precisou de pouco mais de nove meses para voltar a festejar um título do Grand Slam (e que título!). Lembro-me como se fosse hoje. Como adoro ténis e, em particular o torneio de Wimbledon, estava, naturalmente, em casa a assistir ao encontro e lembro-me bem do que senti quando Murray venceu o título: em julho de 2013, o britânico fez história na catedral do ténis ao vencer o torneio de Wimbledon pela primeira vez, colocando fim a um jejum de 77 (longos) anos sem títulos de tenistas britânicos na relva de Wimbledon o que deixou o court central num autêntico ‘vulcão’. Lembro-me das lágrimas de Judy Murray, do próprio Andy, de Kim Sears e confesso que até eu fiquei emocionado. Foi, sem dúvida, um dos melhores momentos que me lembro de ter acompanhado em direto.
Seguiu-se um ano de menor fulgor com apenas três títulos conquistados e, em 2015, voltaram os títulos de categoria Masters 1000: Murray venceu os Masters de Madrid e do Canadá aos quais juntou ainda as conquistas no ATP de Munique e de Queen’s.
2016 marcou, porventura, o melhor ano da carreira de Andy Murray: o britânico venceu 9 títulos nesta temporada e, entre eles, destacam-se a conquista de novo ‘ouro’ olímpico no Rio de Janeiro e a nova ‘festa’ no All England Club na final do torneio de Wimbledon quando Murray voltou a ser feliz depois de ultrapassar o canadiano Milos Raonic para ser dono e senhor da relva de Wimbledon pela segunda vez em quatro anos. A época de 2016 só terminou, sem surpresa, nas ATP Finals e o britânico levou mais um troféu para casa depois de voltar a vencer o sérvio Novak Djokovic. Nesse mesmo ano, Murray esteve ainda presente nas finais do Australian Open e de Roland Garros bem como dos Masters 1000 de Madrid e Cincinatti e foi sem surpresa que terminou o ano como número um mundial.
A partir daqui as lesões marcaram muito a carreira do britânico que, ainda assim, venceu o ATP 500 do Dubai em 2017 antes de ter sido submetido a inúmeras intervenções cirúrgicas, em particular, à anca.
Depois disso, Murray tentou recuperar, teve muitas dificuldades e acabou mesmo por anunciar o final da carreira, em janeiro de 2019, depois de inúmeros problemas físicos num momento que tocou quem é apaixonado pela modalidade.
Ainda assim, o britânico surpreendeu, recuperou da operação à anca em tempo recorde e, em outubro de 2019, conquistou o primeiro título ‘pós calvário’, 46.º da carreira, ao vencer o suíço Stan Wawrinka na final do ATP 250 de Antuérpia o que deixou Murray ‘lavado’ em lágrimas.
Atualmente, Andy Murray tenta recuperar o nível que o levou, outrora, ao número um do ranking mundial e, ao longo da sua carreira já venceu mais de 61 milhões de dólares em prize-money.
É certo que, neste momento, Andy Murray não está no topo da forma que o levou ao sucesso que todos lhe reconhecemos, mas não podemos negar que estamos perante um dos maiores nomes de sempre da modalidade que nos faz sorrir! Obrigado, Andy!