Maria Sharapova: «Mas porque é que elas jogam, então?»
Ela é versátil, ela empreendedora, ela é combativa, ela é criativa, ela é muito mais do que uma simples e bem-sucedida jogadora de ténis. Desdobrando-se suave e graciosamente entre o mundo das raquetes, o da moda e o dos negócios, Maria Sharapova prova repetidamente que pode tudo aquilo que bem entender, e até um pouco mais, mas o que a russa de 28 anos se recusa ser, definitivamente, é uma “Maria vai com as outras”.
Dona e senhora do seu nariz, Sharapova não se deixa levar por opiniões generalizadas, por mais politicamente corretas que sejam. O alvoroço e a corrente de boas energias que se criou no seio do circuito feminino à volta de Serena Williams e da possível conquista do Grand Slam, no US Open, provam isso mesmo.
“Fiquei muito surpreendida”, confessou a número três mundial ao The Straits Times. “Houve imensas jogadoras a dizer, ‘espero que ela o consiga’. Fiquei espantada porque sabia que essas jogadoras estavam no quadro, por isso senti algo como ‘mas porque é que elas jogam, então'”
As pessoas esquecem-se que estarmos lesionadas não significa que estamos de férias, sentadas a beber uma margarita.
“Talvez seja só o meu lado competitivo a falar”, continuou Sharapova, que não disputou o Grand Slam nova-iorquino por estar lesionada e que tem um muito desfavorável frente-a-frente com a número um mundial, 2-18. “O nível em que ela está […] aumenta a consciência de que temos de trabalhar mais para o alcançar”, acrescentou.
Coleção de ressonâncias magnéticas
Primeiro o ombro, seguiu-se a perna e, por fim, o braço. As lesões sucederam-se, assim como as desistências de alguns dos torneios mais importantes da temporada, mas Sharapova não perde o sentido de humor, nem tampouco o rumo que a manteve no top-10 durante os últimos 12 anos.
“Tenho uma boa coleção de ressonâncias magnéticas”, brincou. “Estou orgulhosa da forma como tenho conseguido encontrar um caminho. Às vezes, as pessoas esquecem-se que estarmos lesionadas não significa que estamos de férias, sentadas a beber uma margarita. “
“Na verdade, precisamos de trabalhar mais horas para nos mantermos em forma, porque se perde muito músculo. Quando ficamos sem competir durante mais de uma semana perdemos coordenação. Mentalmente… é cansativo, porque precisas de te esforçar para te manteres optimista”, explicou.
A jogadora russa, que revela abertamente o seu desejo de tornar a Sugarpova na “melhor marca de doces do mundo”, vai regressar aos courts no domingo, em Singapura, precisamente para lutar pelo estatuto de melhor entre as melhores, no WTA Finals, prova que reúne as oito jogadoras mais bem classificadas no ranking mundial WTA.