João Sousa: «Chorava quase todos os dias»
É em vésperas da edição de 2016 do Millennium Estoril Open que João Sousa esteve à conversa com Daniel Oliveira para a SIC, no Alta Definição.
O vimaranense, atual 34º classificado, começou por se qualificar por uma pessoa de sorte: “Na minha vida tenho tido bastante sorte. Quando fui para Barcelona, a bola bateu na tela e felizmente caiu para o lado bom”. Para João, “A sorte não existe; fazemos com que os momentos aconteçam”.
O melhor tenista português da história foi contando a sua história: “Saí de casa com 15 anos, sem família, sem amigos para me apoiarem. Tive momentos difíceis, em que me senti perdido, tentei ver o que os profissionais faziam”, pois para o tenista de 27 anos “Talento não chega, para singrar tem de haver algo inato e felizmente tenho um bom ciclo familiar e uma boa capacidade de trabalho”.
Quando questionado sobre as principais diferenças entre Guimarães e Barcelona, João contou uma história curiosa que aconteceu no seu primeiro dia de aulas na Cidade Condal: “Fui para uma escola de ténis, com uma língua diferente, o catalão. No primeiro dia de aulas, o professor falava em catalão e eu não estava a perceber nada, até que se virou para mim e me perguntou o nome, e eu respondi “João”. Depois, perguntou-me a idade mas eu achei que se estava a referir ao apelido e disse “Sousa” e houve riso geral na sala.”
Apesar dos momentos de boa disposição, os primeiros tempos foram difíceis para o número um nacional: “Nunca disse aos meus pais que ao princípio, nos primeiros três meses, chorava quase todos os dias. Tentava disfarçar. Eles tinham-me dito que se não passasse de ano teria de voltar. Com o meu primeiro dinheiro tentei recompensá-los por esse esforço.”
Devido ao estatuto de quarto cabeça-de-série, João Sousa estará isento na ronda inaugural no Estoril durante a próxima semana. Porém, não deixe de o ver – e a todo o torneio – no Clube de Ténis do Estoril a partir do dia 23 de abril!