Dolgopolov pronto para o pior na guerra: «Talvez me matem, talvez eu tenha de matar»
Alexandr Dolgopolov saiu do radar do ténis mundial há vários anos quando se retirou, mas agora é um dos mais falados… por motivos que certamente dispensaria. O ex-tenista regressou à Ucrânia para defender o seu país da invasão russa, que dura há mais de um mês, e confessa que está pronto para o pior na guerra.
“Até agora não sei qual é a sensação de ser atingido. Talvez me matem, talvez eu tenha de matar. Que posso dizer? A guerra é isto”, afirmou em entrevista à Sport’s Illustrated, revista de desporto dos Estados Unidos.
Dolgopolov reforçou a sua posição relativamente à postura dos tenistas russos perante o ataque do seu país à Ucrânia. “Sei que os jogadores russos disseram não à guerra, mas não é suficientemente forte para mim. Se querem que continuem a jogar, então deviam condenar publicamente o seu governo. Não é uma guerra entre exércitos, vê-se militares russos a matar civis com as mãos no ar ou dentro dos carros. Está a converter-se num genocídio de uma nação”, referiu.
O ucraniano diz mesmo que essa é a maneira mais eficaz para conseguir mudar o rumo dos acontecimentos na Rússia. “É a única forma de travar Putin, mas parece que há um nível de aceitação muito alto. Os russos pensam que a guerra na Ucrânia não os vai afetar. Estão submetidos a uma lavagem cerebral envolta em propaganda. Se se tomassem sanções mais fortes no desporto e com os oligarcas, então todos os russos veriam que algo não está bem”, rematou.