Badosa sincera antes de voltar a jogar: «Estaria a mentir se dissesse que estou a 100%»
Paula Badosa, atual número 9 do ranking mundial, mostrou-se muito contente por voltar a jogar em casa. A espanhola esteve várias semanas fora de competição, a recuperar de uma lesão contraída nas costas e algumas semanas de descanso a pensar neste torneio, começou esta segunda-feira (21). Antes disso Badosa teve tempo para falar com os media como se sente da lesão e muito mais.
RECUPERAÇÃO
“Estaria a mentir se dissesse que estou em plena forma ou a 100%. Estou a recuperar-me, talvez tenha sido uma das recuperações mais difíceis, já que foi uma lesão diferente das que tive anteriormente. Foi exatamente do outro lado, tocava no nervo, passei muito mal no dia a dia porque a dor era constante, custava-me dormir e até andar. Fiz algumas infiltrações, a primeira não correu bem, mas a segunda resultou melhor. Obviamente, acordo todas as manhãs com medo, mas para já o feedback tem sido positivo. Pelo menos estou a conseguir treinar, estou a ganhar forma e cada dia estou a sofrer um pouco menos.”
RUMO A UMA NOVA RECUPERAÇÃO
“É difícil, não tenho a resposta nem a solução, mas tento lidar com isso da melhor forma possível, tento desligar-me, embora esteja 24/7 a falar com os médicos. Agradeço-lhes muito pelo trabalho, porque estão sempre presentes para mim. Emocionalmente é difícil de gerir, no fim de contas começo bem a época, vejo uma certa dinâmica, e é verdade que sentia que 2025 ia ser o melhor ano da minha carreira […] Depois de começar com tanta confiança, de repente sou obrigada a parar e não é só o facto de parar, o mais duro é voltar a esse nível. É muito difícil porque esse nível perde-se rapidamente, a confiança vai-se. É um processo que muita gente não vê, mas que é longo e duro.”
A PARAGEM DE SORRIBES
“Cresci com a Sara desde os 13 anos, estivemos na mesma Academia, passámos muitos momentos juntas, claro que temos um carinho muito grande uma pela outra. Quando vi a carta, fiquei muito triste, até fiquei arrepiada. Poucas pessoas conseguem empatizar tanto quanto eu, pelo quanto a conheço e também pelo que já passei. Mandei-lhe uma mensagem, para mim nestes momentos o mais importante é tomar decisões por e para ti. A vida é só uma, o mais importante é sermos felizes e, se isso for a jogar ténis, incrível. Mas se não for, também está tudo bem. Ela adora ténis, é uma lutadora, estou convencida de que vai voltar, mas agora precisa do seu tempo e de ser feliz.”
EM MADRID, MAIS ESPERANÇAS QUE CERTEZAS
“Dá-me pena que estes anos tenha chegado sempre a Madrid a viver momentos difíceis, mas o que aconteceu em 2024 ajudou-me muito a provar a mim mesma que, apesar de tudo, posso voltar ao nível onde estou agora, entre as melhores. Posso estar no top10 ou até mais. Quando voltas de uma lesão tão longa, surgem sempre dúvidas, já o fiz uma vez, mas… será que consigo fazer outra vez? Voltar a provar isso pela segunda vez, em questão de seis ou sete meses, neste momento dá-me muita segurança em mim mesma. Num momento como este, depois de perder tantos torneios importantes como Indian Wells ou Miami, serve para ver as coisas de outra perspetiva. Pelo menos sei que sou capaz de voltar ao lugar que mereço, isso dá-me tranquilidade.”
RELAÇÃO COM OS MEDIA
“Vou ser sincera, há três anos odiava-vos a todos (risos). Chegava aqui e não queria responder a nada, mas agora estou a amadurecer, estou a ficar mais velha, a experiência… não é porque vocês façam mal o vosso trabalho (risos). No fim de contas, entende-se, eu faço o meu trabalho e vocês o vosso, percebo como funciona isto, por isso lido muito melhor com a situação, empatizo convosco e vocês comigo. Há vezes que leio coisas que não gosto, alguns exageros comigo, mas também com o Carlitos (Alcaraz). Ele é um atleta incrível, mas estão sempre a pô-lo em dúvida. Faz parte desta exposição, desde que lido com isso assim, venho aqui com outra mentalidade, respondo com mais calma e sendo eu própria. Assim damo-nos todos melhor.”
QUALIDADES QUE ROUBARIA ÀS RIVAIS
“Gostaria de ter a rapidez da Iga ou da Coco, já sou uma jogadora mais alta, mais forte e explosiva. Talvez não tenha essa mobilidade, não me mexo tão rápido como elas, que são mais baixinhas e ágeis. Ficaria com essa agilidade, se conseguisse chegar às bolas como elas chegam… com a minha potência seria perfeito.”