Andrea Petkovic em lágrimas: «Perdi a paixão pelo ténis»
Disputar torneios de ténis e sair constantemente com o troféu entre mãos resulta em injeções de confiança num jogador que transcendem até a sua vida desportiva. Contudo, quando o contrário acontece e as derrotas tendem a não desaparecer, a falta de motivação pode chegar a níveis que levam a até o jogador a considerar a sua continuidade. Para Andrea Petkovic, este foi um desses anos.
Foi com uma dura derrota por 6-0 e 6-0, diante Carla Suarez Navarro no Huajin Securities WTA Elite Trophy Zhuhai, que Andrea Petkovic deu por concluída a temporada de 2015. A jogadora alemã ressentiu-se de uma lesão no joelho esquerdo mas optou por não desistir do encontro, pois estava a “tentar respeitar o jogo da melhor maneira possível”, bem como a sua adversária.
Porém, em plena sala de conferências de imprensa, Andrea Petkovic não escondeu as lágrimas. A Andrea Petkovic que olha sempre os jornalistas na cara e pronta a responder estava desta vez pálida e a olhar constantemente para o vazio. A razão? Esta:
“Perdi a paixão pelo ténis nos últimos dois, três meses (…). Quando estava em casa sentia-me bastante contente. E no momento em que regressei ao circuito senti-me meio que deprimida. Deprimida a um ponto em que nem sequer queria sair da cama”
Este não foi um ano fácil para a número 24 do mundo. Para além das constantes lesões e derrotas, a sua mãe enfrentou problemas de saúde que a preocupavam constantemente: “mas, como sou alemã e uma profissional, continuei a fazer todos os treinos e coisas que tinha para fazer. Continuei a ir ao ginásio, ao fisioterapeuta, a treinar durante três horas por dia. Ainda era uma profissional apesar de tudo”
A rotinas monótona e a falta de resultados positivos ajudaram Petkovic a trazer ao de cima aquilo que já sentia desde o final do ano passado, e desde então que jogar estar envolvida com o ténis “é como se tortura a cada minuto que passa”.
“Comecei a questionar o ténis”, disse a alemã, envolta em lágrimas, “senti que este seria talvez para mim o ano em que iria descobrir se queria jogar ténis, porque há tantas outras coisas que eu gosto de fazer”
“Perda de tempo“, era assim que Andrea Petkovic se sentia no circuito, algo que considera “estranho” já que o ténis sempre que foi algo que escolheu de livre vontade. “Tenho mesmo de descobrir se quero continuar a jogar”, confessou, “eu estou orgulhosa do que atingi, não me interpretem mal, mas sinto que se fizesse outra coisa eu poderia ser até melhor. Agora tenho a sensação de que perdi todo este tempo no ténis”.
Para já, a jogadora de 28 anos vai “dormir durante os próximos quatro dias”, algo que diz não ter feito “nos últimos dois meses”, antes de seguir rumo a umas férias nos Estados Unidos. Petko agradece também a apoio dos fãs e diz até que eles se “preocupam demasiado”. Será mesmo razão para isso?