Vencer um Grand Slam? Kyrgios sabe o que fazer, só não sabe se o quer fazer
Nick Kyrgios é tão bom a fazer com que o odeiem, que até os que o adoram são incapazes de não lhe guardar uma réstia de rancor. Se os primeiros não lhe toleram as artimanhas, os segundos, por outro lado, não concebem a ideia de o rebelde australiano desperdiçar um talento que muitos matariam por ter. Talento que o próprio sabe que possui, mas que diz não ter a certeza de o querer cultivar de forma a entrar no lote dos grandes campeões da modalidade.
“Não tenho dúvidas de que se quiser ganhar Grand Slams tenho de me aplicar”, disse o australiano de 21 anos ao jornalista Michael Steinberger, do The New York Times Magazine. “Teria de treinar duas vezes por dia, teria de ir ao ginásio todos os dias, teria de fazer reabilitação, teria de comer bem. Mas eu não sei o que é que quero neste momento. Se tenho o que é preciso? Não tenho treinador. Posso treinar de vez em quando”.
Apaixonado pelo basquetebol, modalidade que praticou até se ter decidido definitivamente pelas raquetes, Kyrgios tem noção do comprometimento que é necessário para ir mais além. Mas será que ficar encalhado no top-20 é assim tão mau? “Posso ir com calma e estar, talvez, entre os 10-20 durante toda a minha carreira. Se isso é suficiente para mim? Não sei”, admitiu.
O que sabe Kyrgios, para já, é que o seu primeiro adversário no Open dos Estados Unidos, que arranca na próxima segunda-feira, é o britânico Aljaz Bedene, número 77 mundial, com quem nunca mediu forças no circuito principal.