Toni Nadal: «Os jovens de hoje estão habituados a que lhes digam que são bons»
Jogadores com os níveis de combatividade e dureza de Rafael Nadal não se fazem com falinhas mansas. Até aqui, nada de novo. Toni Nadal é um treinador à antiga e não precisaríamos de muito mais do que aquilo que já conhecemos do bom velho treinador do espanhol para percebermos que a liderança por Maiorca se fez desde cedo com pulso firme.
Mas como recusar ouvir um par de histórias sobre quando ainda Nadal não conhecia o mundo para lá do que se passava debaixo dos calções do seu tio? “Lembro-me de quando ele, uma vez, jogou um torneio e disse que as bolas não eram boas. Perdeu de seguida. Na semana seguinte, ele ganhou outro torneio e eu disse-lhe imediatamente que as bolas usadas eram exatamente iguais. Serviu-lhe de lição”, contou Toni Nadal, como se pode ler no Mundo Deportivo, numa conferência sobre motivação em que participou, em Barcelona, assim que regressou da Austrália.
E se a lição “não me venhas com desculpas” estava dada, não demorou até que o técnico de 55 anos aproveitasse mais um triunfo do seu sobrinho para lhe passar mais um sábio ensinamento. “Quando ganhou o primeiro Campeonato de Espanha por idades [tinha 11 anos] li-lhe os nomes de todos os ex-campeões da prova, para que se apercebesse de que seria muito difícil alcançar o topo. Ele só conhecia o [Alex] Corretja”, sublinhou.
“Era o melhor que eu podia ensiná-lo, se ele fizesse alguma coisa de errado, eu ficava livre de culpas”, disse o treinador do número seis mundial a querer aligeirar um assunto que encara com pouca ligeireza, e que ganha proporções ainda mais sérias quando comparado com a realidade atual. “Os jovens de hoje estão habituados a que lhes digam que são bons”, rematou.