Stakhovsky denuncia escândalo no Conselho de Jogadores liderado por Djokovic
Esta temporada de 2019 está a ser marcada pelas diversas polémicas que envolvem o Conselho de Jogadores, liderado por Novak Djokovic. Entre as várias situações está o facto de, alegadamente, terem ‘corrido’ com o antigo Presidente da ATP, Chris Kermode e, durante o torneio de Wimbledon, este Conselho sofreu algumas alterações na estrutura, uma vez que Sergiy Stakhovsky, Robin Haase e Jamie Murray optaram por renunciar os respetivos cargos.
Ora, Stakhovsky deu uma entrevista a um meio de comunicação ucraniano e um dos principais pontos desta conversa estão as críticas a Novak Djokovic e mais alguns elementos desta entidade por terem atuado a favor de Justin Gimelstob (saiu da estrutura devido aos crimes de que foi acusado) para que pudesse ter o controlo absoluto da modalidade… mesmo apesar de já não estar no Conselho.
“Alguns membros começaram a tomar decisões acordadas entre eles mesmos e tudo estava orquestrado por uma pessoa que já não estava dentro do Conselho (em alusão a Gimelstob). Ele foi obrigado a deixar o seu lugar mas deixou tudo pronto para que o seu elegido pudesse entrar, de modo a continuar a influenciar e para que pudesse conseguir regressar no futuro”, admitiu o antigo top 35 mundial.
Stakhovsky explicou que os problemas começaram a surgir desde o ATP 1000 de Roma. “Tínhamos de eleger um novo representante dos jogadores na região dos EUA. Existiam 15 candidatos, tínhamos de estudá-los e fazer uma pequena lista para a votação. Só eu e mais outro jogador é que lemos todos os currículos e existiam candidatos que não encaixavam nos nossos critérios. Depois de ficarmos só com seis candidatos, na minha opinião, existiam três destacados: Austin Nunn, Lapentti e Mark Knowles. O Knowles teve uma apresentação maravilhosa. Parecia o mais forte. Tinha ideias interessantes e todos gostaram dele mas na votação foi o que menos votos teve. Os mais votados foram o Lapentti e o Weller Evans, com quatro votos”, referiu, confessando que a votação foi… manipulada.
“Sabia-se que o Evans era ‘falso’ porque uma metade votou a favor e outra contra. As decisões passaram todas para Wimbledon e nós oferecemos uma alternativa, o Knowles. Só que o resto disse que só aceitava o Evans, nada mais, e ele acabou por ser eleito. Começou tudo a apodrecer e foi aí que eu, o Haase e o Murray nos fomos embora, estávamos cansados”, explicou.
Quanto a Djokovic… também foi alvo de críticas, devido ao seu apoio público a Gimelstob. “Ele quer o controlo. O Conselho de Jogadores pode eleger quem se senta no Conselho de Diretores. Se controlas a direção, podes escolher os presidentes da região da Ásia quando quiseres. Houve alguém que não gostou do Kermode? É por isso que ele está fora da ATP”, criticou.
Stakhovsky comentou ainda os regressos de Roger Federer e Rafa Nadal. O ucraniano acredita que as duas lendas vão conseguir colocar tudo de volta à normalidade. “Mostraram desejo de voltar e ninguém podia rejeitar. Uma coisa é dizerem: ‘Stakhovsky, não porque nós sabemos mais que tu’ mas quem vai dizer isso ao Federer? Eles têm medo do Federer. Se não aceitassem de volta o Roger e o Rafa havia uma explosão”.
“Com a chegada do Federer e do Nadal não só se igualaram as coisas como se inclinou tudo para o lado deles. Os que me diziam que eram mais inteligentes que eu e que podiam fazer melhor que eu, agora não podem dizer o mesmo ao Federer. O Conselho dizia que o Roger apoiava algo, mas como ele não estava lá, os outros é que tomavam as decisões. Se o Federer agora diz alguma coisa, duvido que alguém se oponha”, concluiu.
De referir que desde a realização desta entrevista, no passado dia 20, o Conselho de Jogadores demitiu Evans e colocou Knowles, o nome mais consensual por todos na votação realizada em Roma, como representante da América.