#PicaPower. Puig choca o Mundo e ganha a 1.ª medalha de ouro da história do seu país
“Dreams come true”. É uma das histórias mais inacreditáveis não só destes Jogos Olímpicos, como do ténis mundial nos últimos anos. Monica Puig, de 22 anos, número 34 do ranking mundial, é a inesperada campeã olímpica de singulares femininos. A talentosa rapariga de San Juan, que entrou no Rio de Janeiro muito longe do lote de favoritas à medalha de ouro, fez a melhor semana da sua vida para conquistar para Porto Rico a primeira medalha em quase 80 anos de participações olímpicas do país, que até hoje somava apenas oito, todas ganhas por homens, no boxe, luta greco-romana e atletismo, mas nenhuma do metal mais desejado.
Numa final memorável, em que disparou mais de 50 winners, Puig derrotou a alemã Angelique Kerber, número dois mundial e clara favorita ao ouro, por 6-4, 4-6 e 6-1, num encontro que entusiasmou as cerca de 10 mil pessoas que vibraram com o duelo no Court Central da Barra da Tijuca, num ambiente infernal que foi digno de Fed Cup.
Num encontro entre duas jogadoras que estão a fazer as melhores épocas das suas carreiras mas que entraram neste torneio com estatuto e expetativas totalmente diferentes, Puig foi sempre a mais agressiva, mais rápida e mais esclarecida, embora tenha tido pela frente uma Angelique Kerber que, como é seu hábito, correu a todas as bolas, mostrando sempre uma entrega e disponibilidade física e mental absolutas, mesmo que tenha aparentado uma lesão nas costas a certa altura, com um pedido de assistência médica à mistura.
Puig venceu, chorou, subiu ao lugar mais alto do pódio e viveu aquela que é uma das sensações de maior euforia que qualquer desportista pode viver. O momento em que o hino porto-riquenho tocou pela primeira vez num pódio olímpico resume na perfeição o espírito da competição. E não foram necessários pontos, nem prize-money.