O’Connell fartou-se do ténis e foi trabalhar… a limpar a barcos
Em 2020, Christopher O’Connell viveu um dos momentos mais especiais da carreira, ao vencer no quadro principal de um Grand Slam pela primeira vez. Aconteceu no US Open, frente a Laslo Djere, antes de perder com Daniil Medvedev. O que se estaria longe de imaginar é que, três anos antes, o australiano tinha basicamente desistido do ténis, começando a… limpar barcos.
A frustração de O’Connell, agora com 26 anos, deviam-se às constantes lesões que o ensombravam. Primeiro uma grave pneumonia em 2017, depois uma tendinite crónica num dos joelhos. O calvário era interminável, ao ponto de o australiano tomar essa decisão de parar. “Estava farto de me lesionar! A última coisa que queria era jogar ténis, por isso, quando me perguntaram se queria ser treinador, neguei. Não conseguia entrar num court. Tomei a decisão de ir trabalhar com a minha irmã na Quays Marina, onde ela tinha um negócio de limpeza de barcos. O salário não era muito bom, mas ajudou-me a desligar e relaxar. Passei ali uns meses e no início do inverno australiano dei uma nova oportunidade, competindo em vários torneios europeus”, contou ao ‘The Age’.
Certo é que O’Connell começou a recuperar e hoje em dia é 121.º ATP. No entanto, esse momento no US Open será sempre diferente. “Foi um sentimento especial ganhar esse encontro e encontrar Daniil Medvedev. Assustou-me ver quão bem é, a sua facilidade inata para conseguir winners”, destacou, sem medo de olhar para 2021 com ambição, a começar pelo Australian Open. “A minha experiência a limpar barcos ajudou-me a valorizar muito mais a vida como tenista e a dar-me conta do quanto amo este desporto”, resumiu.