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José Vilela: a raça e emoção da equipa portuguesa da Taça Davis
Poucos conhecerão a Seleção Nacional da Taça Davis, de uma forma global, como ele. E poucos serão aqueles que nunca ouviram falar em José Vilela. Nascido e criado na cidade do Porto, José Vilela foi o único capitão a levar uma equipa portuguesa a garantir o acesso aos play-off do Grupo Mundial. Foi em 1994 no Clube de Ténis da Foz frente a Inglaterra. Há 23 anos. E ainda hoje vibra com tal conquista como então.
“Desde criança que a minha paixão sempre foi a Taça Davis. Recordo esse momento com muito carinho. Foi no meu clube. Foi a estreia do Emanuel Couto na Seleção que tinha como principal jogador o Nuno Marques. Vencemos por 4-1 e acedemos aos play-off. Infelizmente para o ténis português isso nunca mais aconteceu”, comenta o “eterno” capitão ao Bola Amarela, pouco antes de seguir para o balneário para se juntar a João Sousa, Gastão Elias, Pedro Sousa e João Domingues, os jogadores que entre esta sexta-feira e domingo vão tentar igualar o feito de 1994, mas desta feita frente à Ucrânia.
“É fantástico que passados todos estes anos, em que continuei a marcar presença em todas as eliminatórias da Taça Davis, sejam esses dois antigos jogadores [Nuno Marques e Emanuel Couto] hoje responsáveis pela equipa técnica a conseguir colocar Portugal às portas do play-off novamente”, prosseguiu Vilela, pouco antes de se juntar à equipa portuguesa. “Já estou a tremer e ainda faltam cerca de 30 minutos para começar o primeiro encontro”, acrescenta, de pele arrepiada e os olhos lacrimejantes.
O encontro arranca no CIF, onde o número dois nacional e Artem Smirnov disputam o primeiro singular do dia, e José Vilela não consegue esconder as emoções que o invadem. Ele salta no banco. Levanta-se, senta-se. Festeja os pontos como se fosse o último, mesmo sendo o primeiro. Cerra o punho a cada jogada. Deixa escapar um ou outro termo menos correto sempre que o rumo dos acontecimentos não corre de feição. Incentiva, grita e até gesticula para dentro do “court”.
Ele é raça, ele é emoção!
“Eu vivo intensamente e amo a Taça Davis”, reconhece. Mas mais do que a vertente emocional que claramente acrescenta a esta equipa, José Vilela tem a experiência de ter integrado a Seleção Nacional como jogador durante dez anos e outros tantos como selecionador e capitão. E não tem dúvidas.: “vamos entrar no Grupo Mundial. Temos uma grande equipa!”
A razão para integrar este grupo exclusivo, após ter cessado funções oficiais há mais de uma década, prende-se, acredita o próprio, com a sua personalidade e carinho nutrido por esta competição. “Tanto o Vasco Costa, presidente da Federação de Ténis, como o Nuno e o Emanuel, que conviveram comigo na Seleção durante dez anos, conhecem-me bem e julgo que quiseram transferir para esta equipa muito mais jovem o meu espírito de Taça Davis. E julgo que todo o grupo gosta porque sou naturalmente alegre, divertido e comunicativo. E eu sinto-me o homem mais feliz do mundo quando sinto que a equipa gosta que esteja com eles. Este sou eu, José Vilela!”