[Vídeo] Família de refugiados luta pela carreira da filha e pede ajuda numa mensagem emocionante
Oleksandra Oliynykova tem 15 anos e um sonho: tornar-se profissional de ténis. Atualmente bem inserida no top 500 mundial de sub-18 (já foi top 400), Oleksandra, que gosta de ser tratada por ‘Sashka’, tem uma história de vida que faz com que qualquer um de nós relativize os seus problemas do dia-a-dia.
Nascida em Kiev, na Ucrânia, a Sashka e a sua família são refugiados políticos. O seu pai, um reconhecido ativista anti-corrupção e a favor das liberdades, envolveu-se numa intensa polémica com o Presidente da Ucrânia, em 2011, e acabou expulso do país, exilando-se com a sua mulher e das filhas na Croácia, país que o acolheu e que a sua filha representa desde sempre no circuito mundial de juniores.
As coisas correram de forma razoável enquanto a empresa do seu pai foi suportando as despesas da família, mas em janeiro deste ano o negócio do pai faliu e a família ficou sem poupanças, sem empregos e sem forma de oferecer as mínimas condições de que as filhas pudessem crescer com dignidade.
Sem cruzar os braços, a família não desistiu nem de virar a situação a seu favor, nem da carreira da filha, que viajou para torneios sozinha, sem treinador, sem pais, com pouco dinheiro na carteira e com o seu destino muitas vezes das mãos das pessoas que a foram ajudando um pouco por toda a parte. Conclusão? Com três raquetes no saco (muitas vezes sem poder trocar a encordoação por não ter dinheiro), Oliynykova subiu cerca de 500 lugares no ranking mundial de juniores, mostrando que por vezes, mesmos nas dificuldades mais profundas, a força de vontade faz a diferença.
Agora, Sashka pede ajuda. Criou um blogue para dar a conhecer a sua história e pedir o apoio monetário de quantos a possam ajudar. “Não queremos compaixão. Estamos nesta situação porque a criámos e temos de resolvê-la. Mas queremos muito continuar a lutar e sabemos que precisamos de ajuda.”
Numa longa e emocionante mensagem, divulgada através do referido blogue que criaram para a filha, os pais de Sashka revelam aquele que é o objetivo – 40 mil euros por ano para a família ou 15 mil euros (os necessários para família sobreviver) + um patrocínio para a carreira da filha – e sete formas de esse tal ‘milagre’ poder aparecer.
- Um emprego para um dos elementos da família. “A empresa que contrate um de nós fica como patrocinadora principal da nossa filha”.
- Emprego para ambos. “Estamos dispostos a ir para qualquer lugar do Mundo”.
- Apoio via crowdfunding que criaram para a filha.
- Um patrocínio para a filha.
- Transformar o apartamento da família numa espécie de hostel. “Seria necessário um investimento de 80/90 mil euros”.
- Cidadania de um qualquer país. “A nossa filha não tem país nem é cidadã de nenhuma nação. Na ITF representa a Croácia porque é obrigada pelos regulamentos”
- Um milagre. “Precisamos de um milagre para que a nossa filha possa prosseguir a sua carreira. Por isso, querido milagre, vem até nós”.
Nenhuma destas soluções pode ser atenuada com um empréstimo bancário, porque os bancos não podem emprestar dinheiro a refugiados na Croácia.
Este domingo, uma extensa comunidade de jornalistas e fãs de ténis no Twitter deram a conhecer a história da jovem refugiada, que agradeceu o gesto.