Wilson promove encontro entre João Sousa e dois jovens fãs muito especiais, Tomás e Tiago

Por Susana Costa - Abril 28, 2019

Faltavam ainda largos minutos para João Sousa se instalar no stand da Wilson e já Tomás, de 10 anos, e Tiago, de 16, se misturavam entre a pequena multidão que se enfileirava pela Samash Area, para chegar à fala (e à fotografia) com o número um nacional.

Sem antes se terem cruzado, os dois jovens fãs têm em comum a admiração pelo campeão português e a sorte de conhecer o melhor tenista português de sempre, num encontro promovido pela Wilson e pelo Bola Amarela. Enquanto Tomás foi bafejado pela sorte, ao ter vencido o sorteio promovido nos últimos dias, a história de Tiago revelou-se uma lição, das boas, que não podia ser ignorada. E, de um, passámos a ter dois vencedores.

“Nasci em 2002, com uma diplegia espástica, que me afetou os membros inferiores. Tenho mobilidade reduzida. Para mim o João é uma inspiração, não só pelo tremendo jogador que é, mas sobretudo pela atitude, raça e preserverança que apresenta a cada jogo. Nunca desiste e nunca deita a toalha ao chão. Relaciono muito isso com o meu caso e tento utilizar a sua atitude nas minhas físios também”. 

A mensagem que nos chegou, chegou também a João Sousa, nesta tarde. “Fiz fisioterapia em Guimarães durante quatro anos, talvez venha daí a minha ligação a ti”, disse Tiago, com a emoção à vista e já depois do corrupio dos autógrafos ter passado. Com o orgulho nortenho que lhe conhecemos, João Sousa ripostou. “Essa terra tem muito que se lhe diga”. Mais dois dedos de conversa até o fã lisboeta, portador de diplegia espástica, confidenciar que se inspira na atitude do seu ídolo para enfrentar os seus própios obstáculos. “A tua raça e a tua crença ajudaram-me”.

Mais contido nas palavras, mas com o mesmo brilho nos olhos, o pequeno Tomás confessou ter participado em tudo o que era passatempo do Millennium Estoril Open. O objetivo passava por marcar presença no torneio português e ver bem de perto João Sousa, que, confessou, metendo a timidez de lado, que o português concorre com Rafael Nadal nas suas preferências.

A estadia no stand da Wilson já ia longa, e, apesar da agenda cronometrada ao minuto, o vimaranense mostrou ter pouca pressa. “O apoio é fantástico, receber este carinho, de todos os que me vêm ver. É para isso que jogamos, para viver momentos assim. Estou muito contente por estar de volta e tentar revalidar esse título que foi tão especial para mim”, disse o tenista português, antes de dedicar uns últimos (e preciosos) minutos aos seus sortudos fãs.

 

 

Descobriu o que era isto das raquetes apenas na adolescência, mas a química foi tal que a paixão se mantém assolapada até hoje. Pelo meio ficou uma licenciatura em Jornalismo e um Secundário dignamente enriquecido com caderno cujas capas ostentavam recortes de jornais do Lleyton Hewitt. Entretanto, ganhou (algum) juízo, um inexplicável fascínio por esquerdas paralelas a duas mãos e um lugar no Bola Amarela. A escrever por aqui desde dezembro de 2013.