Carlos Moya: «A ambição de Nadal é algo fora do comum»

Por Tiago Ferraz - Abril 29, 2020
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Foto: EPA

O antigo número um mundial e atual treinador de Rafael Nadal, Carlos Moya, falou com o podcast Subidos a La Red onde falou um pouco de tudo:

“O ténis era um sonho (meu) como de muitos colegas meus de Palma que não chegaram, sequer, a ter um ponto ATP. Acho que a minha explosão foi algo tardia. (…) Na altura, a única maneira de seres tenista era ires viver para Barcelona. O Lorenzo Fargas levava um grupo que jogava nacionais e propôs à minha família que fosse a Barcelona. A minha família negou, eu tinha 14 anos e, para eles, não era algo lógico. Isto fez com que não me perdesse quando era jovem e, a partir daí, fui ganhando torneios em Maiorca e aos 17 anos tive a oportunidade de poder ir a Barcelona com um grupo composto pelos melhores tenistas juniores. Todos conseguiram profissionalizar-se, mas não foi fácil. Muitas lágrimas…Passas de ser o melhor na tua zona a ser mais um a nível nacional”, disse, citado pelo Punto de Break.

Moya revela ainda o momento chave para que conseguisse chegar ao topo do ténis mundial:

“É uma combinação de muitas coisas. Eu funcionava com base em objetivos: quando tinha um objetivo claro lutava muito por ele. O primeiro foi ficar entre o top 100, mas depois entrei no top 10 muito rapidamente, na Austrália, em 1997. Não há nenhum livro que te diga o que deves fazer nesses casos. Naquela época eu não tinha assessoria de imprensa nem de imagem. Estava tudo menos profissionalizado”, revela.

Carlos Moya falou ainda do seu jogador e da capacidade que Rafael Nadal apresenta nos dias de hoje:

“O facto dos grandes tenistas ganharem um torneio e, ao fim de pouco tempo, já estejam a pensar em competir e em vencer o próximo é o que os diferencia dos restantes (…) A fome (de vencer) que têm os jogadores como o Rafa para continuar a evoluir e para ultrapassar os momentos difíceis é aquilo que os fazem ser especiais. Quando o momento chega eles vão buscar forças não sei onde. Essa ambição e competitividade que ele tem é fora do comum”, revela.

 

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.