Gasquet recebe mais como suplente em Londres do que como campeão no Estoril Open

O trabalho compensa, se não é mais cedo, será mais tarde. Terá sido este o pensamento de Richard Gasquet ao ver carimbado o seu passaporte para o ATP World Tour Finals, depois de um 2015 pautado por ótimos resultados e marcada pelo regresso ao top-10, um ano e meio depois.

Ainda que parta para a O2 Arena na condição de suplente, o gaulês de 29 anos não vê, de todo, a sua viagem dada por perdida, já que além de a possibilidade de jogar não estar totalmente fora de questão vê ainda os seus gastos com a deslocação para Londres sobejamente recompensados.

Vejamos: só para se sentar no banco de suplentes, à espera de ser chamado a entrar em ação, Gasquet vai receber qualquer coisa como 95 mil dólares (88.858 euros), conforme se pode ler no site Punto de Break. Um valor que supera os 64.106 euros amealhados com a terceira ronda no Open da Austrália, os 80 mil euros que conquistou enquanto campeão do Millennium Estoril Open e do ATP 250 de Montpellier e, ainda, enquanto quarto-finalista do Masters 1000 de Cincinnati (85.770 euros).

Mas há mais, porque se o jogador gaulês for chamado ao court para substituir algum dos oito protagonistas os números tornam-se ainda mais apetecíveis. Por cada vitória na fase de grupos, Gasquet passa a somar 156.171 euros aos 88.858 euros que ganha por ser o primeiro suplente. Se, eventualmente, substituir o jogador antes de ele se estrear, então recebe os 156.171 euros em vez dos 88.858 euros.

Incentivos que vão caindo em saco roto

Incentivos que não surgem por acaso por parte da ATP. Diz-nos o passado recente que, por mais que os euros reluzam, o desgaste acaba por falar mais alto numa altura do ano em que a mente já vai pensando na temporada que se aproxima, levando os jogadores quase-apurados a passar a vez.

Feliciano López, por exemplo, foi o segundo suplente na edição passada, como número 14 mundial, e Radek Stepanek, em 2008, interrompeu as férias para ocupar a posição de primeiro suplente na então Masters Cup, tendo chegado a defrontar Gilles Simon e Roger Federer na fase de grupos. Dado impressionante: era o número 27 do ranking.

O ATP World Tour Finals 2015 arranca no próximo domingo e tem como segundo suplente Jo-Wilfried Tsonga.