Gasquet: «Em Perth, disse ao Feliciano López que o Nadal ganharia o Open da Austrália»

Por admin - Janeiro 1, 2018

Richard Gasquet já viu e sofreu na pele o suficiente diante de Rafael Nadal e Roger Federer para não se deixar ir em cantigas. Enquanto a maioria perspectivava derrotas precoces no Open da Austrália 2017, quando os dois estavam de regresso à competição após lesão, o gaulês de 31 anos não fazia a coisa por menos:

“Em Perth, disse ao Feliciano López que o Nadal iria ganhar o Open da Asutrália. Ele riu-se na minha cara”, revelou Gasquet ao L’Equipe, relembrando a Hopman Cup do ano passado. “Joguei contra o Federer. Disse, ‘merda, este tipo é um monstro, pode fazer um grande resultado em Melbourne’. Eles riram-se, mas antes da final tinha o Nadal como favorito, porque eram cinco sets e o Federer já tinha tido encontros difíceis”.

A aposta foi ao lado, mas quantos às razões, Gasquet está convicto de que a diferença esteve na esquerda e na mente. “Federer falhou muito pouco com a esquerda na resposta ao serviço. Foi nisso que ele evoluiu mais do que o Nadal. O Federer é mais forte na esquerda”, analisou, frisando que é “uma questão de confiança. Mentalmente, ele tem menos medo do que o Rafa. Bate a bola mais cedo, consegue mais profundidade com a esquerda, bate o mais forte que consegue. Pequenas barreira psicológicas”.

“Não jogou durante seis meses, e, de repente, joga daquela maneira. O tempo de treino deve ter sido monstruoso. A gerir o tempo, o Federer é o melhor de todos os tempo”, defendeu Gasquet, relevando que também não ficou surpreendido “que o Nadal  redescobrisse o seu nível tão rapidamente”.

“Ele nunca desiste”, continuou o número 31 mundial. “Ele mantém um encontro aceso, ele é um lutador, corre para todos os lados. Enquanto os dois estiverem aí, vão fazer uma vítimas. São dois monstros”. O entusiasmo com que Gasquet fala dos jogadores tidos como os maiores de todos os tempos é o mesmo com que viveu a final do Open da Austrália, há quase um ano.

“Tinha de tudo, história, drama… Tínhamos os dois melhores jogadores da história, dois jogadores a regressarem de longas pausas. E é a maior rivalidade de todos os tempos, juntamente com a vivida por Bjorn Borg e John McEnroe, talvez. Não queria perder. Adorei. Foi indo de se ver”, referiu.