As (necessárias) picuinhices dos jogadores em relação às suas raquetes

Por admin - Fevereiro 24, 2017

Vamos meter de lado aquela enganadora sensação de que apenas e só os jogadores trabalham durante a semana em que decorre um torneio? Vamos lá, então: só no primeiro dia do Delray Beach Open (na segunda-feira), em que não se jogaram mais do que cinco singulares e dois encontros de pares, os três encordoadores da prova norte-americana despacharam qualquer coisa como 80 raquetes.

Invisíveis aos olhos do comum dos adeptos, os responsáveis por calibrar os instrumentos de trabalho dos que ganham protagonismo no court ganham, eles próprios, uma importância acrescida se tivermos em conta as necessárias pecuinhices com que têm de lidar.

Tal como não há jogadores iguais, também as raquetes de cada um são distintas e precisam de tratamento diferenciado. “Jack Sock usa uma tensão muito baixa e Dustin Brown muito alta”, revelou ao Tennis Identity Jay Lewandowski, um dos encordoadores de serviço da Tecnifibre, marca oficial do torneio.

“A de [Mikhail] Kukushkin é também muito baixa. Depende muito das pancadas e da raquete, do peso e do equilíbrio. São todos diferentes e é também uma questão de preferência”, acrescentou. Apesar de 90 por cento dos jogadores optar por uma tensão entre os 20 e 25 kg, a verdade é que há quem fuja, e muito, à regra.

Nos extremos encontramos Dustin Brown e Mikhail Kukushkin. Enquanto o alemão pede que lhe seja colocada uma tensão de 36 kg, o cazaque não joga com mais do que 15 kg. “Alguns jogadores querem ter o ‘efeito de bolso’, querem que a bola entre nas suas cordas. Tem um braço muito forte, então querem sentir melhor a bola”, disse Lewandowski.

Há ainda quem se destaque pelo número de raquetes que deixa, de uma só vez, à responsabilidade dos senhores das cordas, que demoram 12 minutos a tratar de cada uma delas. Juan Martin del Potro, Milos Raonic e Jack Sock não entram em campo sem estarem munidos de cinco raquetes devidamente encordoadas.