Andy Murray: «Ser pai é mais importante do que vencer três torneios do Grand Slam»

Em julho do ano passado, Novak Djokovic sugeriu que os jogadores de ténis deviam “casar-se e ter filhos” pois acreditava que isso os ajuda dentro de court. E como foi para Andy Murray? Que consequências teve na sua carreira?

O tenista britânico perdeu na segunda ronda de Indian Wells e na terceira ronda de Miami e alguns jornalistas associaram essas derrotas ao nascimento da sua filha Sophia.

“A Kim contou-me que leu um artigo em que culpavam, por assim dizer, a nossa filha por eu ter perdido um encontro. Isso é uma coisa horrível de se dizer. Nem sequer foi esse caso mas e se fosse? Por que é que isso interessa? Preferia acordar todos os dias a meio da noite para ajudá-la do que ganhar todos os encontros de ténis e ela pensar quando crescesse: ele foi uma porcaria de um pai mas ganhou muitos encontros, então…”

Em relação aos momentos mais emocionais que teve até agora com a sua filha, Murray considerou que esta experiência mudou a sua vida e é “desafiante” e lembra um episódio curioso.

“No dia a seguir a ela nascer fiquei pela primeira vez sozinho com ela e pensava: e agora o que é que eu faço? E se alguma coisa lhe acontecer o que faço? Vou chamar a mãe dela?”

Andy disse também que desejava que a filha tivesse uma vida muito boa e uma excelente infância o que nem sempre foi a realidade do próprio quando crescia.

“Os meus pais divorciaram-se quando o meu irmão Jamie e eu éramos pequenos. Quando és novo, não percebes bem o que é o divórcio. Veres os teus pais a discutir é muito difícil. Por outro lado, eles foram ótimos pais connosco, deram-nos imensas oportunidades e dedicaram-se muito a mim e ao Jamie.”

O que é facto é que o divórcio dos pais acabou por não afetar a carreira dos irmãos Murray: Jamie é o atual líder do ranking na variante de pares e Andy está há muitos anos entre a elite do ténis mundial. Portanto, se um divórcio não afetou o ténis de Andy Murray, por que havia o nascimento da sua filha de o afetar?