João Sousa : «O Dolgopolov e o Stakhovsky disseram-me que em princípio vêm a Portugal»

Falta menos de um mês para o início de mais uma edição do Millennium Estoril Open e numa altura que a ansiedade começa a apertar para os milhares de fãs portugueses, João Sousa, número um nacional, sente-se cada vez mais motivado e preparado para dar o seu melhor no torneio em que é uma das principais atrações.

Em entrevista ao jornal “Record”, Sousa quis deixar bem claro que vai deixar tudo em campo para tentar atingir um bom resultado. “Venho com ambição para tentar fazer um bom torneio e, quem sabe, vencer”, iniciou. “Infelizmente, desde que mudaram a organização ainda não consegui passar uma ronda, mas quem sabe… Em Auckland nunca tinha vencido um jogo e acabei na final”, referiu o atual número 35 ATP.

Questionado sobre o facto de ter perdido por dois anos consecutivos na primeira ronda no Estoril, o tenista vimaranense acredita que apesar das derrotas precoces, apresentou bom ténis. “No ano passado perdi com o vencedor, o Almagro em três sets, não foi uma má exibição. Joguei bom ténis. No ano anterior, perdi com o Rui Machado e nem sempre é fácil jogar com um português aqui. Acredito que posso fazer grandes exibições e vencer aqui”, afirmou um ambicioso João Sousa.

Já em relação ao quadro principal deste ano, o jogador português não tem dúvidas: “Este é o ano mais forte. Há aqui excelentíssimos jogadores. A média de ranking é altíssima para um torneio 250”. E como o Millennium Estoril Open é também sinónimo da presença de Gastão Elias, Sousa acredita nas possibilidades do número dois nacional e no sonho em disputar a final com o seu amigo. “É um excelente jogador e até deve entrar sem o wild card. Estando no quadro, tem a mesma oportunidade dos outros. Disputar a final com ele seria um sonho. Seria uma ótima notícia para o ténis português”, referiu.

E como uma das principais referências desta edição é a do jovem Nick Kyrgios, para Sousa, o tenista australiano… é um rapaz ‘porreiro’. “É um rapaz especial, mais dentro do que fora do campo. Fora é uma pessoa extrovertida, gosta muito da brincadeira. Pareceu-me um rapaz ‘porreiro'”. 

Numa altura em que vai começar a temporada de terra batida, é possível realizar-se um balanço do que tem sido feito até ao momento. Para o tenista de 28 anos, a época tem correspondido às expectativas. “Tenho vindo a fazer grandes exibições, já tenho uma final e estive a um ponto de fazer outra. Temos trabalhado muito bem e espero manter o nível alcançado durante muitas semanas. Quero alcançar grandes feitos”, reforçou.

No top 60 há praticamente 4 anos, João Sousa continua a tentar dar “o passo” para chegar ao tão desejado top 20. “Não há anos iguais. Tenho conseguido manter-me nesse top 60, quase 50. Mas falta o passo que queremos dar para poder subir um pouco mais. Não sei o que falta, mas sei que temos trabalhado bem”.

E como esta semana, é semana de Taça Davis, é altura de começar a preparar o confronto com a Ucrânia. Afinal, o sonho em chegar ao grupo Mundial ainda é algo bem possível para a equipa das quinas. “É um orgulho representar Portugal na Davis. Não estamos obcecados em chegar ao grupo Mundial, mas é um objetivo. Temos vindo a fazer boas eliminatórias e temos tido a sorte de jogar em casa com muito apoio”.

Sobre o facto de a seleção ucraniana não vir com as principais figuras, Sousa não se mostra assim tão convencido: “Isso é o que a convocatória diz. Falei com o Dolgopolov e com o Stakhovsky e eles disseram que em princípio vêm a Portugal. Quando li essa notícia fiquei surpreendido porque tinha falado com eles acerca disso”, concluiu o número um nacional.

Os dados estão lançados, resta agora esperar pelo final de abril, altura em que se iniciará o Millennium Estoril Open e ver tudo aquilo que o conquistador terá para conquistar. Uma coisa é certa: João Sousa vai deixar tudo em campo.